A busca por um Sistema Nacional de Educação brasileiro é uma luta histórica de diversos segmentos interessados. Temos os intelectuais, os estudantes, a sociedade civil, o poder público... enfim, diversos segmentos da sociedade que visam a construção de um Sistema Nacional de Educação. Contudo, nem sempre os interesses convergem para a tentativa da construção de um sistema educacional ético, social e politicameente comprometido com a educação de qualidade como um direito social, humano. Antes, o que vemos são correlações de forças que atendem diferentes interesses de diferentes grupos sociais.
Pensar num Sistema Nacional de Educação, como propõe, mais recentemente, a Conferência Nacional de Educação - CONAE 2010, é um grande desafio que se coloca no campo da gestão pública brasileira. Os nossos gestores públicos estão dispostos a abrir mão das práticas patrimonialistas, clientelistas e personalistas consolidadas no pensamento político brasileiro?
Como intuo que a resposta, a priori, seja negativa (não vejo esta intenção entre os políticos profissionais), então penso que esta deve ser uma tessitura que a sociedade civil, comprometida com a cidadania em seu sentido pleno, precisa envidar esforços. Não podemos pensar num sistema nacional articulado de educação quando as nossas políticas estão centradas em programas de governos sem nenhuma preocupaçõ em firmá-las como políticas de Estado; quando a educação ainda é moeda de barganha, negociada perversa e astutamente, para a manutenção de privilégios de alguns grupos socias.
É fundamental que nos atentemos para estas práticas na gestão pública, donde incluo a gestão da educação, se quisermos um sistema nacional de educação, articulado, que coloque a educação de qualidade social como um direito social e humano, portanto, dever do Estado...