O que esperamos da escola? Esta pergunta não pode estar ausente nas nossas reflexões sobre a educação escolar. Dela, se desdobram tantas outras que não podem - e não devem - ser respondidas aqui, mas, provocadas à reflexão: esperamos uma escola que prepara crianças e jovens para vestibulares que mais refletem e reafirmam a lógica da exclusão? A escola deve preparar para a formação de consumidores de produtos e de idéias distorcidas, ideologicamente, sobre o mundo e as relações nele estabelecidas? Com que tipo de sociedade e de sujeito a escola deve se comprometer?
Penso e acredito que refletir sobre o papel da escola na sociedade atual é uma ação que educadores de todos os níveis e modalidades não mais podem se eximir. No limite, a educação das pessoas clama por uma escola que contribua tanto com a formação do sujeito para o bem viver, quanto para o exercício pleno da democracia, ainda que esta seja uma construção muito lenta e de contornos dolorosos. É preciso correr os riscos em aventurar-se pelas trilhas na luta pela democracia. A escola pública precisa democratizar-se.
A configuração atual da escola tem reduzido a educação a uma mercadoria, transformando pais e estudantes em clientes. A comunidade escolar tem sido chamada de clientela. Não! Nossos alunos não são nossos clientes! São cidadãos de direitos. A educação é um direito humano fundamental e, portanto, cumpre-nos um efetivo trabalho na luta em direção à garantia dos direitos sociais.
Democratizar a escola pública é construir espaços participativos para a tomada de decisões, é comprometer-se com os sujeitos, é assumir-se como sujeitos éticos, sociais, políticos, isso porque históricos.
É possivel reconstruir a escola pública brasileira e não nos basta apenas acreditar nisso. É fundamental trabalhar nessa direção.
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